Ilhabela: O paraíso é logo ali - para JNB
- Esther Zancan
- 22 de set. de 2017
- 3 min de leitura
O espetáculo começa ainda no continente. Na espera para a balsa que irá atravessar o canal de São Sebastião rumo à ilha de mesmo nome e onde está localizada Ilhabela, a visão que se descortina à frente é de tirar o fôlego. Tão logo a embarcação começa sua curta viagem de mais ou menos 15 minutos, os olhos do visitante são brindados com mais cenas incríveis, como a proximidade dos navios petroleiros que estão atracados no porto de São Sebastião e as construções que pontilham os altos morros da cidade-arquipélago (são três ilhas maiores e várias ilhotas).
Quando finalmente o turista finca os pés em Ilhabela ele deve estar preparado para uma sensação: a de não se cansar de olhar para cada paisagem com que ele se deparar. E, pode se preparar mesmo. É uma verdadeira avalanche de belos cenários, afinal, são 42 praias dos mais diversos estilos em 130 km de costa, 365 cachoeiras, um centro histórico acolhedor e tudo isso espalhado por mais de 27 mil hectares de Mata Atlântica preservada.
A maior e mais famosa praia de Ilhabela é a dos Castelhanos. O acesso é feito por uma estrada de 22 quilômetros que cruza a Mata Atlântica, que só veículos com tração nas quatro rodas conseguem vencer (há agências na cidade que vendem estes passeios e também outros, como em embarcações). Suas águas azul turquesa são um convite aos mergulhadores, que vão apreciar a rica vida marinha do local.
Outra parada obrigatória é no centro histórico, conhecido como Vila. As construções e ruazinhas que preservam o estilo colonial contam com um leque de opções de restaurantes, cafés, bares, lojas de roupas e as tradicionais lojas de artesanato e lembrancinhas. Na Vila também ficam a bela igreja matriz Nossa Senhora D’Ajuda e o Píer, porta de entrada para os turistas dos navios. Durante a temporada de cruzeiros (de novembro ao início de abril), quase que diariamente eles atracam em Ilhabela. Muitas vezes, mais de um por dia!
Histórias
Ilhabela também tem muita história para contar. Os primeiros portugueses pisaram naquelas terras já em 1502. Mas, não foram só os descobridores que estiveram por lá. Piratas e corsários usaram as baías e enseadas como base de apoio e esconderijo de embarcações.
O arquipélago também foi palco de diversos naufrágios. Durante os séculos, a intensa navegação e o fato de Ilhabela estar em meio às rotas de comércio entre Europa, África e América do Sul produziu muitos desastres marítimos. O mais “famoso” completou 100 anos em 6 março deste ano: o Príncipe de Astúrias, também conhecido como o “Titanic Brasileiro”, pois era um luxuoso transatlântico construído pelo mesmo estaleiro do Titanic. Durante uma tempestade, ele se chocou contra a Ponta de Pirabura. Dos 611 passageiros, somente 164 sobreviveram. Atualmente ele se encontra a 100 metros da costa, entre 18 e 45 metros de profundidade.
Capital da Vela
Um título de que Ilhabela se orgulha é de ser a Capital Nacional da Vela, desde 2011. A cidade sedia vários eventos e competições, como a Semana Internacional de Vela, que acontece desde 1973 e é considerada a maior competição da categoria na América do Sul. Ela acontece em julho e atrai por volta de 400 barcos, 1.500 velejadores e 50 mil turistas. Há também o incentivo, por parte do poder público, para que crianças e jovens aprendam a velejar.
Borrrachudos
Como nem tudo é perfeito, Ilhabela sempre teve algo que manchava um pouco sua reputação: os borrachudos. Esses pequenos insetos acabam por provocar dolorosas picadas, que coçam e incham, o que fazia muitos pensarem duas vezes antes de escolherem a cidade como destino. Mas, nos últimos anos, foram feitos tratamentos nas cachoeiras, ambiente típico desses insetos, e a quantidade diminuiu muito. Eles não foram exterminados, já que são parte do ecossistema do lugar. Aconselha-se o uso de repelentes para evitar problemas.
Ilhabela é a prova viva de que não é preciso sair dos limites do Estado de São Paulo para se deparar com um cenário de sonho. Quando se entra na balsa para voltar ao continente, na lembrança levam-se todas as imagens e sensações vividas e, no coração, além de um precoce sentimento de saudade, a certeza de que ali é sim um pedaço do paraíso. Um paraíso que fica logo ali.
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