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Meteorologia e dores da alma - crônica - para JNB

  • Foto do escritor: Esther Zancan
    Esther Zancan
  • 30 de set. de 2017
  • 2 min de leitura

Incrível como nenhum clima nos satisfaz mais... Particularmente, sempre apreciei os dias de temperatura mais amena, nublados... Mas, até meu ideal meteorológico me causa ansiedade ultimamente. Nós só conseguimos focar na desgraça: se está calor, pensamos na conta de luz que vai vir mais cara por causa do ventilador ou do ar condicionado. Se está frio, logo temos pesadelos com os quilos que iremos ganhar por comer mais nessa época. Na seca, surtamos com a perspectiva da falta de água. Com chuva, logo vem o estresse pré-enchente... Assim, vamos perdendo gradativamente pequenos prazeres da vida, vamos nos tornando cada vez mais paranoicos...

A vida cotidiana já não mais permite desfrutar plenamente das alegrias de cada clima. O friozinho que dá vontade de abraçar mais quem se ama; o calor que nós faz querer aquele sorvete fora de hora; a chuva que, batendo na janela, na hora de dormir, deveria constar das sete maravilhas das sensações; e até o clima seco, que nos brinda com um pôr do sol mais lindo que o outro. É claro que fazemos tudo isso, mas o estresse nos rouba boa porcentagem de um prazer que deveria ser pleno.

E é assim que vamos perdendo os sorrisos no dia-a-dia. Quando nos damos conta, viramos autômatos, pensando só em relógios, guarda-chuvas, contas para pagar e problemas sem fim. É aquele momento em que percebemos que, até o que nos faz feliz, no fundo, nos causa certo grau de tristeza.

No meu caso, juro que tento não submergir nesse ralo que virou a vida contemporânea, que suga cada pequena tentativa nossa de aproveitar os pequenos atos, mas admito que é tarefa cada vez mais difícil. Será que só eu sinto isso?

https://www.jornaldonossobairro.com.br/single-post/2016/12/10/Meteorologia-e-dores-da-alma (clique na imagem)

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