A brisa e a ventania - conto - para Unisanta
- Esther Zancan
- 24 de out. de 2017
- 2 min de leitura

Um domingo... Aquele sol tímido, mas acolhedor, desponta através da cortina do quarto. Catarina levanta animada: chegou o dia para o qual fez preparativos durante várias semanas. Vai até a caminha de sua yorkshire, Brisa:
-É hoje, Brisa. Você vai ser a cadelinha mais linda da caminhada na praia!Arthur, o marido de Catarina, interfere:
-Falando de novo com a cachorra, amor?
- Falo porque ela me entende. Vejo nos olhos dela isso. Depois de você, é o ser que mais amo na vida. – respondeu Catarina.
A fantasia que Catarina havia escolhido para Brisa era de borboleta. A intenção era levar o prêmio de melhor fantasia na tal caminhada para cães.
Prontas, ambas rumaram para a avenida da orla. Centenas de pessoas acompanhadas de seus amigos de quatro patas já estavam presentes ao evento. Brisa chamava a atenção de todos. Sua fantasia brilhava ao sol. Catarina era só orgulho.
Quando a caminhada chegava ao seu fim, foram anunciados os vencedores das fantasias mais originais. E, todo o esforço de Catarina foi recompensado: Brisa ganhou o 1º lugar. Tão logo as duas subiram ao pódio da premiação, um forte vento começou. Ninguém deu muita importância, afinal, ventos são corriqueiros à beira mar. Mas, não era um vento comum. Ele começou a soprar mais forte. A areia da praia se levantava. Folhas voavam. Cachorros e donos, assustados, procuravam abrigo nos quiosques. Crianças choravam. Objetos voavam. Nesse momento, uma placa de publicidade cai em Catarina, que desmaia...
Ela só voltou a si dentro da ambulância. Arthur já se encontrava ao seu lado. Ainda tonta, ela pergunta aflita ao marido:
- O que aconteceu? Cadê a Brisa?
- Infelizmente sumiu, amor.
Ironia das ironias: a cadelinha chamada Brisa e vestida de borboleta tinha sido levada pela ventania.
P.S. : Conto baseado em notícia de “A Tribuna”, de 31/08/14 “Rajadas de ventos de 70 km/h provocam vítimas e danos na região”.
Comentários